terça-feira, 18 de maio de 2010

Um Final Feliz

Dois opostos. Dois pólos. Dois que não deveriam se encontrar – que não podiam se encontrar – se deparam um na frente do outro. A grosseria dele totalmente diferente da gentileza dela. Não foi gentil para sempre. Encontraram-se novamente em uma sorveteria – ele com a namorada, ela com as amigas – e ele não conseguiu evitar, soltou alguma piada. Ela, com toda sua classe e feminilidade, o ignorou. O destino estava querendo contrariar as leis da mãe natureza. Eles se encontraram várias vezes. E em uma delas, ela notou como ele podia ser educado, e ele notou a graciosidade dela. Seria tão mais fácil se não fossem completamente opostos. Mas um completava o outro. O que no outro faltava, no outro tinha de sobra. Equilíbrio. Muitos chamariam de alma gêmea. Não eles. Não eram predestinados para ficarem juntos. Os dois levariam uma vida tediosa, mas feliz. Era esse o caminho. Então porque o destino resolvera brincar com a vida deles? Em um desses encontros inesperados, ele fez o que desejava fazer, a beijou. Ela sabia que ele era tudo que precisava. Uma explosão de sentimentos em seu interior. E quanto eles finalmente haviam percebido que eram para ficar juntos, mais uma brincadeira do destino, ela tem que ir para a Europa, morar com a família. Não trocaram cartas nem despedidas amorosas. Era doloroso saber que seu amor iria morar em outro continente. Não eram ruas, eram países. Não eram bairros, eram mares. Voltaram a se encontrar quatro anos depois, em uma rua qualquer de Paris. Nenhum reconheceu o outro por alguns segundos. Ele levava na mão esquerda uma aliança dourada. Ela não. Ele deixara a barba por fazer. Ela tinha os cabelos impecáveis. Eram opostos. Sempre foram. Ela o viu jogar a aliança em um canto qualquer. Ela implorou para ele voltar para a família. Ele não foi. Uma simples carta, e os dois estavam em Hamburgo, na Alemanha. O tempo perdido tentando ser recuperado. Quatro anos. E eles levaram mais 60 para perceberem como eram perfeitos um para o outro, e não só aceitar as brincadeiras do destino. Uma vida perfeita. Um final feliz.

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