quarta-feira, 28 de julho de 2010

Cristalino

Havia um rio. O mais cristalino de todos. Todas as noites ela nadava nele. A água era tão fria quanto as noites sozinha, sem um amigo para conversar. Ela sentia o frio da água na pele como se fosse só uma pequena brisa entrando por sua janela aberta. As lágrimas desciam devagar. Ela margulhava, querendo não mais subir. A solidão e a tristeza a abraçavam, sufocando-a. Não a deixavam ir. Ela não mais tentava sair dos braços delas. Lutou bastante. Perdeu todas as batalhas. Um dia ela pulou no rio, sentindo a água moldando-se em seu corpo. As ultimas lágrimas misturando-se a água daquele rio tão puro. Ela não tornou a respirar.

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