sábado, 25 de setembro de 2010

Cores



Uma mistura impecável de cores sempre a sua frente e ela nunca conseguiu decidir-se em só uma. Talvez fosse sua indecisão, sempre deixando faltar algo nela. Eu talvez ela nunca tivesse tido o desejo de escolher só uma. Tantas cores magníficas, porque escolher só uma? Se ela pudesse ter todas. Mas era seu dever escolher uma, afinal, você não veste um vestido arco-íris para sair. As cores espalhadas eram tão preciosas. Cada uma significava alguma coisa e lhe lembrava de algo. Quando estava triste, se perdia encantada no azul. Quando estava feliz, o amarelo lhe satisfazia. Quando estava quente, preferia o vermelho. Como escolher só uma cor? Ela não conseguia entender. Todas as cores estiveram sempre a sua frente, e se deixasse a maioria, a maioria a iria deixar também. Com um suspiro travesso e um sorriso malicioso ela saiu do quarto. “As cores são minhas, eu vou as deixar correrem. Isso está passando dos limites, eu não vou escolher cor alguma. Todas são minhas”.

Ela se permitiu dar um sorriso sincero, e pela primeira vez, ela não escutou nada sobre cores. Ela só queria viver a própria vida, com erros e acertos, dúvidas e revelações. Com os próprios pés.

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