quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Farsa


Não entende. Nunca entendeu. Os sorrisos falsos, as mentiras, as risadas. Tudo não passava de uma simples farsa. Para esconder o seu verdadeiro eu. Tudo tinha acabado. Toda a farsa. Como ela havia se dado ao luxo de chorar na escola? Chorar... Sem conseguir parar? As mãos procuram algo fechando em torno do ar. É o amor. Os sentimentos dela escapando por suas próprias mãos. Os sentimentos ou a vida? Ela nem ao menos sabia distinguir. Só via uma paisagem diante de seus olhos. Era outono. Tudo estava tomado pelo laranja que caia de árvores. Ela sorria. Mas não era o sorriso falso de sempre. Era o verdadeiro, o que ela nunca havia experimentado ter.

Mas ela tem que continuar com sua vida, sem seus sonhos. E ela queria desesperadamente dizer “não” a vida e sair em busca do que sempre imaginou. Mas não podia. Então, chorou copiosamente, até as lágrimas secarem em seu rosto, até não sobrar nenhuma gota de água em seus olhos.

Levantou a cabeça e lá estavam todos – Olhando para ela. Como se fosse uma alienígena. Até parece que não tinha sentimentos.

Mas pelo menos, a farsa havia finalmente acabado. As mãos voaram para os olhos, removendo qualquer resquício de água que lá havia. E ela andou até a porta, antes de ir olhou para trás. Sem nenhum sorriso.

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