quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um típico conto de fadas moderno... (Parte Final)


O sinal tocou e a maioria das pessoas saíram da sala apressadas. Ela não. Passou vários minutos desenhando no caderno e cantarolando uma música qualquer até resolver sair da sala. Juntou seus pertences devagar e levantou a cabeça.
Tudo caiu no chão.
Lá estava ele: Olhando fixamente para ela.
Seus livros caíram no chão.

— Hm... Oi. — Disse ele, aparentemente envergonhado.

— Olá. — Disse ela.

Os dois se abaixaram para juntar as coisas que caíram no chão. As mãos se tocaram.
Ela afastou a dela rapidamente, se levantando.

— Bem... Eu tenho que ir. — Cass falou. — Até mais, Fred.

Ela ia passando pela porta quando escutou a voz dele. — Espera, Cassadee.

Ela parou. — O que foi?

— Temos que conversar.

Com essas simples palavras, o coração da garota foi a mil e suas mãos começaram a tremer e a suar. "Conversar? Sobre o que?", pensava ela. Colocou as coisas que segurava - coisas sem importância naquela hora - na mesa e sentou-se. — Diga.

Ele tremeu. — Esperava que você começasse.

— É você que quer conversar, Frederick. Você fala primeiro.

— Ok.

Mas nenhuma palavra foi pronunciada. Ao contrário. Era só silêncio. Ele tomou uma página do caderno que segurava e um lápis qualquer.

Eu vi.

A página foi para as mãos da garota. — Viu? O que?
Ela sabia a resposta. Mas perguntou mesmo assim.

Ontem. Você chorando.

— Oh. Aquilo não foi nada.

Mentira. Eu também escutei.

— Você pode falar, por favor? É meio estranho.

Eu escutei o que você falou.

Ela tentou lembrar se falou o nome dele. Não conseguiu. — E...?
— Eu te amo, Cassadee. — Ele disse, finalmente. — Não tenho a mínima ideia se você falava de mim ontem, mas não me importo agora. Mas te amo e depois de tanto tempo tentando reprimir esse sentimento, só quero que você saiba disso.

Ela não tinha palavras. — Agora é tarde demais.

— Não, não é. Eu te amo, você provavelmente me ama. Vamos ser felizes. O que é tarde demais nisso?

— É tarde demais. Ou você não percebeu o sofrimento que me causou durante todo esse ano? Isso é amar? — Ela gritou. As lágrimas já desciam pelo seu rosto.

— Eu... Eu não tinha percebido. — Ele falou, tremendo. Queria dar um abraço da garota. Sua garota.

— Claro que não, você nem ao menos olhava para mim. — Debochou. — Bem, se isso é o que você chama de amar, eu não quero ser amada por você.

— Mas você é uma boba, mesmo. Cassadee, olhe pra mim. — Ela olhou. — Eu não olhava porque não queria sentir isso por você.

— Não queria sentir isso por mim, não é? — Interrompeu a garota.

— Não queria sentir isso por ninguém! Mas agora, eu percebi que eu quero você, e não tentar esconder o meu amor. Sua boba. Eu te amo.

Ele se aproximou, ela se afastou.

— Eu também te amo, Fred. Mas é tarde demais. Esse amor virou sofrimento e tudo que restou foram memórias.

Frederick sentiu as lágrimas no rosto como facas em seu peito, vendo ela partir.

4 comentários:

  1. Gostei, conto lindo e por mais que eu desejasse um final feliz foi ótimo esse final, realmente prova que nem tudo será um conto de fada.

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  2. Parte final? Sofia, você me fez chorar. Lindo conto. :)

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  3. Muito, muito lindo o conto. Parabéns, adorei a escrita, a história e tudo mais, está de parabéns.

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