quinta-feira, 19 de maio de 2011

A aventura do não-amar.


A garota passava os olhos em cada coisa, decorando cada detalhe para poder esquecer segundos depois. Nova cidade, novos sentimentos?
Ela não sabia. Só sabia que em todos os dias de mudança, ela acordara pensando que o problema não era ela, era a cidade. Que as coisas iam mudar de acordo com a mudança de cidade. E depois de algumas semanas, se sentia fria e vazia como em todas as outras cidades.
Já não tinha como negar que o problema, certamente, era ela. Mas ela não podia deixar se abalar.
Ela ia sentir, cedo ou tarde, mas ia.

— Amor dói? — Perguntou ela mais uma vez a sua fiel amiga. Mesmo com todas as mudanças e procuras por apartamentos várias vezes, a amiga ia com ela.

— Um pouco, faz um estrago danado no peito, e você não consegue respirar do mesmo jeito que antes. Mas é viciante. — E sorriu.

Ela não conseguia sorrir. Por que não conseguia provar do amor? Conseguira provar do ódio, do nervosismo, da irritação, do cansaço, do vazio - e quantas vezes já provara o vazio antes? perdera a conta... -.

Uma coisa que sabia muito bem, é que vazio doía - e ela não queria sentir dor. Se sentisse só uma pequena parte de felicidade, de amor, ela saberia que o vazio era preenchido. Mas ela não sentia. Ao invés disso, sentia o peso do vazio.

E o vazio, meu caro, pesa o bastante pra incomodar.

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