sábado, 14 de março de 2015

confissões de uma mente perturbada

Quando criancinha, eu queria ser tudo (escritora, dançarina, cantora, atriz, princesa...).
Minha mentalidade mudou um pouco com nove anos: eu só queria ser escritora e cantora.
E no começo da adolescência, ainda mudou um pouco - eu queria ser roteirista e escritora.
É bonito isso, de continuar querendo escrever - tudo porque eu sempre gostei de ler e queria criar minhas próprias histórias. Meu primeiro livro (com sete anos) tinha como personagens principais as meninas superpoderosas.

Hoje, com dezessete anos e no terceiro período de Letras, eu acabei tomando gosto por uma visão romanceada de ser professora. Algo na ideia em educar e inspirar pessoas me encantou de uma forma que ó, nem sabia ser possível. Mas eu sei ser professora de inglês não vai ser fácil. Eu sei que pensar que vou ser a professora perfeita e meus alunos vão me amar vai acabar me frustrando, então tô tentando refrear essas expectativas loucas que teimam em surgir. Enfrentar meu pânico de estar na frente de uma sala, compartilhando conteúdo, não tá sendo fácil. E minha insegurança no meu próprio conhecimento também não ajuda muito - eu sempre penso que não sou boa o suficiente. Vai ver é porque não sou mesmo.

Vai ver isso é um pedido de desculpas alguns anos antes de tudo isso começar por não ser boa o suficiente como professora e não conseguir saciar essa minha vontade agora conhecida de formar bons seres humanos.

Como aluno, é muito fácil pensar que ser professor é fácil. Você só precisa ir lá na frente e jogar conhecimento, afinal. Mas não é com essa mentalidade que a gente começa. Na universidade, tudo que você ouve falar são de teorias e métodos e práticas de como passar tuas aulas da melhor forma pros seus alunos, métodos que eu nunca tinha visto na vida. Formas de ensinar completamente desconhecidas por mim na minha experiência como a pessoa do outro lado da sala, calada com meus - mais ou menos - vinte colegas.

Mas eu não quero ser só mais uma professora. Só mais uma professora que joga conteúdo sem se preocupar se o aluno está entendendo ou não. Só mais uma professora que não tá preocupada se o seu aluno vai sair de lá educado - e isso não significa compreendendo a matéria da sala de aula, mas educado como ser humano, respeitoso e gentil. Mas acho que todo formando em licenciatura sai com essa visão romanceada, que quer fazer a diferença... E alguns anos depois lá está o formando um dia iludido, falando como seus alunos como se eles fossem uma tábua rasa.

Eu não quero esse ciclo comigo.
Como que faz pra não deixar isso acontecer comigo?

***
(em retrospecto, talvez eu esteja muito preocupada
com algo que não está tão perto de talvez acontecer.
preocupação antecipada nunca é bom.)

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